Quais os tipos de redação? Conheça suas características

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Vai prestar vestibular ou Enem? Então, sabemos que a sua cabeça provavelmente está cheia de informações. E não é para menos, já que esse tipo de prova exige muito dos candidatos que estão em busca das melhores vagas na faculdade dos sonhos.

Dentre as noções mais importantes para este momento, conhecer os tipos de redação que existem é fundamental para se preparar e entrar na Instituição de Ensino (IES) dos seus sonhos.

Então, chegou a hora de você descobrir os tipos de redação e conferir algumas dicas para mandar bem nessa etapa da prova. Vamos lá!

Por que devo conhecer os diferentes tipos de redação?

A redação é parte importante de qualquer processo seletivo, sendo um dos grandes destaques da maioria dos vestibulares. No Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), por exemplo, ela chega a valer mil pontos e representa um quinto (1/5) da nota total.

A razão para ser assim é simples: as faculdades buscam alunos que tenham um bom conhecimento base de matérias específicas das áreas, mas também querem conhecer a sua visão de mundo e a articulação verbal.

Afinal, as instituições não visam a formar ferramentas, mas seres humanos. Sua posição sobre assuntos diversos e a sua argumentação contam muito nessa hora. E se a redação é tão importante, cada curso e cada faculdade vai apresentar um desafio diferente de acordo com o que ambos esperam de você.

Isso significa que, ao fazer vários vestibulares e o Enem, você pode se deparar com mais de um tipo de texto a ser produzido.

Conhecer as propostas mais comuns de redação é se preparar para todas de maneira igual e, além de saber se expressar, fazer isso de uma forma que agrade os avaliadores.

Quais são os tipos de redação?

Para que você se dê bem no vestibular ou em qualquer exame semelhante, é fundamental saber com qual gênero textual vai lidar na hora da prova. Instituições diferentes podem exigir formas diversas de escrever. Continue a leitura para saber o que esperar e chegar afiado ao grande dia!

Redação narrativa

Esse é um tipo de texto que, como o nome já diz, narra um fato ou história. Aqui, temos como maiores exemplos as obras fictícias, como romances e contos.

A ideia é contar os acontecimentos e eventos presentes na jornada de um ou mais personagens. A narrativa pode ou não ter diálogos, e esse é um tipo de redação muito flexível, com vários subgêneros.

Um dos detalhes mais importantes é a presença do narrador, que pode estar em primeira ou terceira pessoa.

Redação descritiva

Esse tipo de texto é voltado para a descrição de elementos. Inclusive, pode estar inserido em uma redação narrativa, fazendo com que o contexto seja mais bem compreendido pelo leitor, ou ser apenas a descrição de um fato ou objeto.

Dessa maneira, esse gênero é constituído a partir de observações e impressões do autor, trabalhando diversas características visuais e sensoriais daquilo que é descrito, como: cores, dimensões, sons, entre outros aspectos. A redação descritiva pode ainda se dividir em duas: objetiva ou subjetiva. A primeira se volta aos elementos concretos, sem opiniões. A segunda também envolve opiniões pessoais quanto ao que é descrito.

Redação dissertativa-argumentativa

Essa é a forma de texto que vemos no Enem. Aqui, o autor precisa tanto descrever um problema (e explicar por que ele é um problema) como argumentar sobre as melhores formas de solucioná-lo.

Normalmente, a proposta para esse tipo de redação apresenta um tema atual e socialmente relevante, que faz parte do cotidiano brasileiro. O que se quer do candidato é que ele elabore não só uma argumentação sobre o assunto, “convencendo” o corretor sobre o ponto de vista, mas também uma solução para a situação vigente.

Redação jornalística

Esse tipo de texto é voltado à disseminação de notícias. Aqui, são narrados fatos e como eles aconteceram, com o objetivo de divulgá-los para que mais pessoas fiquem cientes do acontecimento.

Uma das principais características desejáveis na redação jornalística é a imparcialidade, ou seja, a capacidade de notificar algo sem adicionar juízos de valor ou opiniões no processo. Nesse formato, é possível haver marcas de oralidade, além de uma linguagem mais informal, a depender do contexto.

Carta

Esse tipo de texto também pode ser cobrado em alguns vestibulares. Por isso, não poderia ficar de fora da nossa lista de tipos de redação. O formato é caracterizado por uma abordagem direta do autor para o interlocutor.

Por isso, marcas de oralidade podem estar presentes, assim como pronomes mais diretos. Aqui, não há a necessidade de haver qualquer tipo de argumentação ou imparcialidade, mas sim uma estrutura mais fluida, que denota a existência de uma conversa entre as partes, ainda que ela seja unilateral de início.

A escrita de uma carta, afinal, envolve a expectativa de uma resposta.

Redação injuntiva

É um pouco menos comum em redações de vestibular, mas nunca se sabe quando você precisará usá-lo. Sua função é instruir, explicar ou guiar uma pessoa por meio de palavras. Talvez o exemplo mais simples desse tipo de redação para você entender seja uma receita para cozinhar.

Nela, você encontrará os elementos necessários para realizar uma ação, o processo da ação em um passo a passo e o resultado esperado. Além dessa utilização tão corriqueira, a redação injuntiva pode ser empregada em manuais, apostilas, editais, contratos e até propagandas.

Qual tipo de redação praticar?

A nossa dica geral é elaborar com frequência todos os tipos, organizando o seu cronograma para variar o exercício e suas habilidades durante o período de estudos.

No entanto, claro, existem alguns tipos que são mais vistos no Enem e nos vestibulares e, por isso, podem ganhar uma prioridade extra na quantidade de repetições.

O mais comum é que processos seletivos proponham a produção de um texto dissertativo-argumentativo, quando você tem que defender sua opinião em determinado assunto de acordo com suas crenças, valores e posicionamento lógico. Portanto, reforce a argumentação no seu treino.

No entanto, também é preciso deixar espaço para os outros tipos. Algumas universidades gostam de variar o estilo para determinadas áreas ou ano a ano, tirando os candidatos de sua zona de conforto.

Exemplos de redações que aparecem com frequência e devem ganhar um tempo de estudo estão na categoria de texto jornalístico, principalmente artigos, editoriais e crônicas.

Como mandar bem na redação?

Agora, é hora de você conferir algumas dicas que vão ajudar bastante na escrita em geral e no seu desempenho em provas, como o Enem e vestibulares. Vamos lá?

Escreva

Pode até parecer uma dica óbvia, mas é sempre válido lembrar: essa é a melhor forma de ir bem na redação. Nesse sentido, praticamente tudo é válido. Se você gosta de escrever cartas, diários, bilhetes ou grandes dissertações sobre o que vê no dia a dia, não importa. O que vale é colocar a caneta para trabalhar!

Vale ressaltar que é muito importante incluir na sua prática redações de simulados. Assim, é possível treinar mais diretamente a estratégia de texto utilizada na prova que você vai fazer. Assim, você pega o jeito e chega mais bem preparado ao dia do exame.

Leia bastante

Outra forma de melhorar a capacidade de redação é focar a leitura. Quanto mais lemos, melhor escrevemos — tanto do ponto de vista gramatical como em termos de estrutura, coesão e argumentação.

Novamente, vale tudo. Se você é do tipo que gosta de ler romances, ótimo. Se prefere notícias, contos ou artigos científicos, também está tudo bem.

O importante é estar em contato constante com as variadas formas de escrita do nosso dia a dia e sempre dar uma olhada nas obras obrigatórias do seu vestibular.

Esteja atento às atualidades

Falar sobre temas atuais na redação do Enem (e de outros vestibulares) é algo que faz com que os olhos dos corretores fiquem brilhando. Essa é uma ótima maneira de mostrar que você não só está ligado no mundo ao seu redor, mas que também tem a capacidade de correlacionar temas de forma coesa.

Então, aproveite para separar um espaço para anotar o que vem acontecendo de mais marcante no mundo. Se possível, aproveite para também escrever alguma referência (frase, música, filme etc.) que possa ser usada com esse assunto.

Anote pontos importantes do seu lazer

Por fim, mas não com menos importância, há a estratégia de fazer anotações sobre o que você faz em seu tempo livre.

Uma boa forma de fazer isso envolve separar um caderno para fazer uma espécie de resenha, mesmo que curta, sobre tudo o que você fez. Por exemplo: terminou um livro, série ou filme interessante? Anote a premissa da obra, algumas frases importantes e dê uma lida nesse caderno de vez em quando. Assim, você vai sempre ter algumas referências culturais em mente.

Como treinar de forma mais efetiva?

No tópico anterior, demos direcionamentos gerais para você conseguir se expressar em qualquer tema e tipo de redação. Mas que tal conferir umas dicas ainda mais práticas?

Veja como otimizar o seu estudo e praticar redação de forma objetiva, visando a obter notas altas no Enem e em vestibulares.

Escreva o enunciado com outras palavras

Um problema bastante comum em provas de processos seletivos é o aluno interpretar mal o enunciado e acabar por produzir uma redação muito bem-feita, mas fora do tema pedido.

Para não correr esse risco, você pode treinar reescrever o enunciado do simulado com as suas palavras. Muitas vezes, só o refraseamento é suficiente para entender bem o que está sendo pedido.

Aliás, essa dica vale para a própria prova. Antes de fazer a redação, releia várias vezes a proposta e, se houver tempo, reescreva-a do seu jeito para fixar a ideia.

Escreva várias redações para o mesmo enunciado

Quer treinar ainda mais seu poder de argumentação? Então, tente escrever textos diferentes para a mesma proposta de redação em provas simuladas.

Faça a primeira vez, por exemplo, e deixe aquela tentativa de lado por uma semana. Depois, faça o enunciado de novo e compare suas duas versões.

Assim, você aprenderá mais sobre seus pontos fracos e verá onde é mais consistente. De igual modo, entenderá as abordagens que funcionam e aquelas que nem tanto para continuar se aprimorando.

Outra ideia muito interessante é defender dois pontos da mesma questão. Mesmo que você concorde com uma afirmação, por exemplo, escreva também uma redação em que você disserta contra ela. Defender ideias diferentes significa treinar sua argumentação, a ferramenta necessária para ir bem na prova.

Faça fichamentos

O fichamento é como um resumo de um texto em que você não só anota os pontos principais do conteúdo, mas também organiza-os em tópicos, destacando trechos e as ideias principais contidas nele.

A vantagem do fichamento é extrair de uma redação dissertativa o seu esqueleto: como ele foi montado, quais pontos se conectam e os ganchos que mantêm o leitor engajado.

É como fazer engenharia reversa em um texto pronto e aprender como ele foi desenvolvido do zero. Assim, você começa a fazer o mesmo nas suas redações, deixando-as mais claras e objetivas.

Reescreva matérias

Uma boa maneira de treinar a sua voz é fazendo exercícios que se preocupem apenas com ela, deixando o conteúdo em segundo plano. Você pode fazer isso pegando uma matéria, um artigo ou uma crônica em jornais e sites e desenvolver o mesmo conteúdo usando as suas palavras.

Assim, você ficará mais à vontade com seu estilo de escrita e conseguirá produzir o texto mais rápido, mas sem perder a qualidade.

Identifique e utilize palavras-chave

Nesse contexto, falamos de termos, expressões ou frases que servirão de âncora para escrever a sua redação. Por exemplo, se o enunciado pede sua opinião sobre a educação remota nas escolas, você já tem três das chamadas keywords para trabalhar: “educação”, “remoto” e “escola”.

Você pode até anotá-las em um canto para não se esquecer e sempre voltar a elas quando sentir que está perdendo a linha de raciocínio no meio do texto. Afinal, desviar do assunto no caminho é um erro muito comum em redações de vestibular e pode afetar sua nota.

Atente à estrutura da redação

Geralmente, todas as modalidades de texto seguem a mesma estrutura dissertativa: introdução, desenvolvimento e conclusão.

Se você treinar a elaboração de textos usando essa espinha dorsal, garantirá que, pelo menos, a parte de organização das ideias será positivamente avaliada. Veja como funciona:

  • introdução: apresentação geral do tema, pontuação sobre o que você vai desenvolver e um gancho para manter o leitor engajado;
  • desenvolvimento: a dissertação ou explicação de pontos e argumentos em uma ordem coesa, separando tópicos e inter-relacionando todas as opiniões apresentadas;
  • conclusão: retrospectiva do que foi falado, reafirmação da opinião geral sobre o tema e resposta para a proposta do enunciado.

Como a redação é corrigida no Enem?

Agora que você tem toda a “receita” para estudar e se aprimorar nos tipos de escrita, vale a pena montar um cronograma pensando também no que tem mais peso na hora da avaliação.

Sua prova será corrigida por dois avaliadores distintos, sendo a sua nota uma média das duas atribuídas entre 0 e 1.000. Mas como essas notas são dadas? Bem, elas são divididas entre 5 competências que valem 200 pontos cada, sendo somadas para o resultado final:

  1. domínio da Língua Portuguesa;
  2. compreensão da proposta da redação e capacidade argumentativa;
  3. organização lógica e clara de pensamentos e argumentos;
  4. conhecimento de mecanismos linguísticos para apresentar suas ideias;
  5. sugestão de propostas de intervenção para o tema abordado.

Se você leu até aqui, já deve estar conectando nossas dicas a esses cinco quesitos de avaliação. Elas vão ajudar muito na hora de se preparar!

Conhecer os tipos de redação é importantíssimo para que você saiba o que esperar no dia da sua prova do Enem e no vestibular, assim como usar as dicas que passamos para treinar a sua escrita ao longo do ano. Sempre que possível, volte para dar uma revisada e não deixe de praticar bastante!

Antes de fechar a janela, que tal conferir mais um post útil? Conheça algumas dicas para melhorar sua interpretação de texto! Assim, você garantirá mais pontos não só na redação, mas em toda a prova.

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