Conteúdos
Se você não estava morando em uma caverna nos últimos anos, certamente já ouviu falar sobre o Movimento LGBTQIA+, não é mesmo? Essa sigla aparentemente simples esconde muita luta, sangue, lágrimas e a força de pessoas que batalham para viverem livremente em uma sociedade, muitas vezes, cruel.
Convivendo com o preconceito, as menores oportunidades de crescimento na vida profissional, a rejeição da família e dos amigos e até mesmo com riscos para a sua vida, a população LGBTQIA+ é um verdadeiro exemplo de resiliência e resistência. E, claro, esse é um tema importantíssimo até mesmo para quem não faz parte do movimento, mas simpatiza com a causa.
Então, que tal conhecer mais informações sobre essa galera forte e destemida? Ao longo do nosso bate-papo de hoje, falaremos sobre as conquistas e lutas desse movimento, mostrando um pouco sobre o caminho que foi percorrido para que eles chegassem até aqui. Boa leitura!
O que é o Movimento LGBTQIA+?
A sigla LGBTQIA+ corresponde aos seguintes termos: lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexo, assexual e, claro, todas as outras divisões de identidade de gênero ou sexualidade. Esse é um espectro muito amplo e o objetivo é abraçar a todos igualmente dentro do movimento.
No entanto, se engana quem acredita que o público LGBTQIA+ apenas “existe”. Muito pelo contrário: eles resistem. Ao longo de toda a história, pessoas que fazem parte dessa população foram discriminadas, mortas, presas e punidas com as mais variadas formas de agressão física, verbal e emocional.
O movimento, portanto, tem como objetivo lutar contra essas opressões e garantir que as pessoas LGBTQIA+ sejam vistas como realmente são: seres humanos iguais a qualquer outro, com sonhos, objetivos, medos, defeitos, fraquezas e inúmeras qualidades.
Quais são as pautas e lutas desse movimento?
Algumas das pautas que fazem parte do dia a dia do movimento LGBTQIA+ são:
- o combate à homofobia;
- a inserção do grupo no mercado de trabalho, com direitos iguais aos demais, a fim de ajudá-los a conquistar a empregabilidade;
- a idealização de uma maior diversidade no ambiente de trabalho e nos locais públicos em geral;
- o respeito às diferenças;
- a liberdade de expressão;
- a promoção da igualdade de gênero;
- criminalização a todo e qualquer tipo de violência contra as pessoas LGBTQIA+;
- fim da representação estereotipada desse grupo nas mídias;
- conquista de direitos como o casamento e a adoção, que são, muitas vezes, negadas aos casais homossexuais, entre outros.
Em resumo, a luta do movimento é para a igualdade. Eles buscam a garantia de que esse público tenha acesso a todos os direitos normalmente concedidos às pessoas hétero e cisgênero. Dentre eles, podemos citar o direito de ir e vir sem se preocupar com a própria vida e, claro, todos os outros que estão presentes nas Constituições de boa parte dos países.
Vale lembrar, também, que há Constituições estrangeiras que são completamente preconceituosas, como as do Iêmen e da Arábia Saudita. Nelas, o assassinato ou a prisão perpétua das pessoas LGBTQIA+ é legalizada e institucionalizada (ou seja, parte das regras de um governo). A luta é, também, para que esse tipo de atrocidade seja extinta.
Quais são alguns dos principais momentos do Movimento LGBTQIA+?
A luta desse grupo é repleta de momentos especiais. Portanto, é impossível mencionarmos todos eles ao longo da nossa conversa. No entanto, separamos eventos importantíssimos que você merece e precisa conhecer. Vamos lá?
Rebelião de Stonewall
Foi um evento tido como o marco inicial do movimento LGBTQIA+. Aconteceu no dia 28 de junho de 1969 (dia em que é comemorado o Dia Internacional do Orgulho LGBT), em Nova Iorque (EUA).
Nessa época, os gays, lésbicas, transsexuais e outros grupos eram tidos como criminosos pela polícia norte-americana, que frequentemente os perseguia. No dia do levante, os oficiais invadiram um bar que recebia membros da comunidade. Revoltados com a repressão, atacaram os policiais. Muitos protestos em apoio aos LGBTQIA+ eclodiram na cidade, o que trouxe atenção para o movimento.
Retirada da homossexualidade da lista de doenças da OMS
Você já ouviu alguém falando a palavra “homossexualismo”? Pois saiba que, além de errada e extremamente ofensiva, ela não é mais utilizada ou aceita socialmente. O sufixo “ismo” está, na maioria das vezes, relacionado com alguma doença. E foi assim que a homossexualidade foi tratada por muitos anos.
Isso só acabou em 1990, com a retirada da homossexualidade da lista de doenças da Organização Mundial de Saúde. Até então, os homossexuais passavam por tratamentos “curativos”, muitas vezes acompanhados de torturas físicas e psicológicas. A transexualidade foi retirada da mesma lista em 2018.
Legalização do casamento homoafetivo
Ainda há um longo caminho a percorrer, mas em 2011 o STF (Superior Tribunal Federal) finalmente reconheceu a união entre pessoas do mesmo sexo como algo válido e respaldado pela justiça brasileira.
Esse foi um processo bem longo, mas que já rendeu muitos frutos. Milhares de casais já se uniram e, hoje, podem usufruir de direitos como a inserção do companheiro ou companheira no plano de saúde, adotar filhos e muito mais.
Qual é o seu nome? O que ele significa para você? Mesmo que você não o considere “lá essas coisas”, é inegável que ele traz muito da nossa identidade em apenas algumas letras. Imagine, então, ter que responder por um chamado com o qual você não se identifica?
A aceitação do nome social é, então, outro marco da luta do movimento LGBTQIA+. Com ele, pessoas trans têm o direito de ter a sua identidade respeitada. Foi instaurado pelo Decreto n° 8.727, de 2016.
Retificação do nome mesmo sem cirurgia
Apesar disso, por muitos anos o respeito ao nome social só era possível às pessoas que passassem pela cirurgia de ressignificação do sexo. Esse, no entanto, é um procedimento caro e que nem sempre é uma opção para todas as pessoas, pelos mais diversos motivos.
Esse problema deixou de existir no Brasil em 2018, quando o nome social passou a ser aceito mesmo sem que a pessoa trans precisasse fazer a intervenção cirúrgica. Agora, todo mundo tem o direito de ser chamado como quiser.
Possibilidade de realizar a doação de sangue no Brasil
Doar sangue é um ato de amor. Com apenas 15 minutos você pode contribuir para que uma vida seja salva. Pessoas entre 16 e 69 anos podem participar dessa linda causa. No entanto, essa não era uma realidade para todos até maio de 2020.
Os homossexuais eram proibidos de realizar a doação de sangue apenas por conta das pessoas com as quais se relacionavam. A razão? Um risco supostamente maior de contrair o vírus HIV. Essa decisão absurda foi finalmente revogada pelo STF e, hoje, todos podem ajudar outras pessoas a viver.
Como podemos contribuir para essa causa?
Mesmo sem fazer parte do movimento, é possível contribuir para a causa! Algumas maneiras são:
- doar quantias para Organizações Não Governamentais (ONGs) que ajudem a população LGBTQIA+ em situação de marginalização na sociedade;
- trabalhar como voluntário nesses lugares;
- apoiar empresas, marcas e instituições que respeitem a causa e façam o possível para trazer a diversidade para o seu dia a dia (como a UNIFACS!);
- conversar com pessoas a fim de informá-las sobre a importância do respeito, quebrando os preconceitos a partir da educação e da empatia;
- não reproduzir falas homofóbicas, ainda que elas façam parte da linguagem coloquial brasileira (“fulano tem que virar homem”, “você nem parece gay!”, entre outras).
Agora que você já conhece um pouco mais da história do Movimento LGBTQIA+, não deixe de se informar cada vez mais sobre esse assunto tão importante. E, claro, não hesite em apoiar marcas e instituições que se comprometem com a causa, trazendo informação e suporte para esses verdadeiros heróis.
Gostou deste texto? Então, compartilhe nas suas redes sociais e faça com que ele chegue em bastante gente. Assim, outras pessoas vão conhecer mais sobre o movimento e poderão se inspirar. Até a próxima!