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O racismo se evidencia a partir de muitos detalhes em nosso dia a dia. Alguns exemplos estatísticos são a taxa de analfabetismo — maior entre os negros, que leva a um menor acesso às oportunidades do mercado de trabalho. E, consequentemente, a uma maior taxa de desemprego entre as pessoas pretas, entre outros.
Pontos como esses são apenas a ponta do iceberg, mas nos ajudam a entender uma questão muito mais profunda: o racismo estrutural. Ele altera as relações sociais e coloca as minorias à margem das conquistas do Brasil.
Mas como podemos mudar isso? Uma boa maneira é investir no conhecimento! Pensando nisso, separamos 4 livros sobre racismo para ajudar você a entender melhor a questão e, assim, oferecer as armas necessárias para o combate a esse mal da sociedade.
O que é racismo?
Provavelmente, você já ouviu alguém dizendo que “somos todos humanos”, certo? Ainda que essa seja uma colocação muito verdadeira — e que não seja possível estabelecer muitas diferenças genéticas entre pessoas de etnias diferentes —, isso não é o que é visto na prática.
O motivo para isso? O racismo. Essa é uma ideia preconceituosa que atua com a base de que há pessoas inferiores e superiores, com base na “raça”, um conceito também ultrapassado.
No Brasil, as maiores vítimas desse problema são as pessoas pretas. No entanto, indivíduos de outras etnias também podem sofrer racismo.
O problema se torna ainda mais problemático quando falamos sobre o racismo estrutural, ou seja, o que está incrustado em nossa cultura. Isso faz com que as vítimas tenham menos acesso a questões como educação, oportunidades no mercado de trabalho, visibilidade na mídia e, até mesmo, acesso à saúde, direitos que são garantidos a todos os cidadãos brasileiros.
Qual é a importância de entender e discutir sobre essa questão?
As ideias racistas em nossa sociedade só podem ser desestruturadas a partir do diálogo. Por isso, é fundamental que possamos falar sobre isso! Assim, podemos desconstruir, até mesmo, os nossos próprios preconceitos.
É isso mesmo: estamos inseridos em uma sociedade estruturalmente racista. Ou seja: é comum perpetuar ideias que corroboram com o preconceito, mesmo que essa não seja a nossa intenção.
Esse é o mesmo conceito observado em questões como o movimento feminista, o movimento LGBTQIA+ e vários outros. É preciso discutir.
Além disso, entender esse assunto é fundamental para um melhor convívio em sociedade, com tolerância e diversidade. Sem falar no sucesso em suas provas, já que os livros do Enem muitas vezes abordam esses temas e o conhecimento ajuda (e muito!) na escrita de uma boa redação.
Quais são os livros essenciais para refletir sobre a questão racial no Brasil?
Agora, chegou o momento de descobrir 4 livros sobre racismo, que nos ajudam a entender a questão racial no Brasil de maneira clara e objetiva. Vamos lá?
1. Na Minha Pele, de Lázaro Ramos
Lázaro Ramos é um ator conhecido e famoso em todo o Brasil. Por conta disso, podemos imaginar que a vida dele é livre de qualquer tipo de preconceito, certo? Errado! Para chegar no lugar em que está, o artista enfrentou muitos desafios.
É sobre isso que fala Na Minha Pele (2017), obra que traz reflexões e convida o leitor a passar algumas horas no corpo de um homem negro brasileiro. Vale a pena a leitura!
2. O Genocídio do negro brasileiro, de Abdias Nascimento
Essa é uma das obras-primas brasileiras, quando o assunto é o estudo do racismo em nossa sociedade. Nela, o ativista Abdias Nascimento (1914-2011) escancara uma dura verdade: a de que o povo preto está sendo dizimado, pouco a pouco, no país.
Esse é um processo que se iniciou com a escravidão e a chegada dos negros africanos em nosso território, mas que permanece até os dias atuais, ainda que com uma roupagem diferenciada.
3. Quarto de despejo: diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus
Carolina Maria de Jesus (1914-1977) foi uma verdadeira pioneira na literatura do Brasil. Negra, pobre, favelada e mulher, ela representa um grupo extremamente marginalizado da nossa sociedade.
Em Quarto de Despejo, Carolina nos conta sobre a vida nas favelas, abordando a questão da igualdade de gênero e do racismo de maneira poética, nua e crua. Esse foi um livro extremamente premiado, traduzido para muitas línguas e colocou no radar uma autora improvável, mas com um valor inestimável.
4. Primavera para as rosas negras, de Lélia Gonzalez
Lélia Gonzalez (1935-1994) é, assim como Carolina Maria de Jesus, outro nome importantíssimo para a luta da mulher negra no Brasil. Ela é responsável por escrever muitos livros, artigos e ensaios sobre o tema e é, até hoje, fundamental para o estudo do tema em universidades de todo o mundo.
A obra Primavera para as Rosas Negras é um compilado de materiais da autora, que aborda a realidade da população preta no país, com ênfase no feminismo negro e na importância da discussão de pautas sociais em nosso território.
O que cada um desses livros aborda?
Cada um dos livros acima aborda aspectos desconhecidos por pessoas inseridas no que chamamos de uma “bolha de privilégios”, como brancos e indivíduos com melhor condição social. Então, que tal sair dessa rede de proteção e encarar o mundo como ele é?
São obras importantíssimas para nos transportar para outra realidade, permitindo uma compreensão melhor da dor do outro e sobre coisas que muitas vezes desconhecemos, mas que acontecem diariamente em nosso país.
Sendo assim, é hora de incluir livros sobre racismo em sua rotina de estudos. O desempenho nas provas e concursos, a cidadania e a sociedade como um todo agradecem!
Como podemos ver, os livros sobre racismo são uma ótima maneira para entendermos melhor essa questão e ficarmos aptos a nos posicionar sobre ela em rodas de conversas e na hora de implementar políticas públicas, e realizar mudanças em nosso dia a dia de trabalho. Cada um de nós pode colaborar, ao nosso modo, para mudar esse quadro!
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