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Durante um longo tempo, o percurso convencional da evolução profissional apontava para as posições de gerência. Então, quem almejava uma promoção e um aumento salarial eventualmente se via diante da necessidade de assumir um cargo de liderança nas empresas, mesmo que não tivesse essa vocação/vontade. A carreira em Y, porém, mudou esse cenário.
Afinal, à medida que o tempo passou, visando também ao preenchimento das lacunas geradas pelo modelo tradicional, houve um avanço na trilha voltada à ascensão profissional justamente para o que conhecemos atualmente como carreira em Y, embora essa não seja a única possibilidade.
Nas próximas linhas, vamos explicar mais detalhadamente o conceito, destacando como funciona, quais são as principais diferenças em relação à carreira em W, como planejá-la, entre outros pontos igualmente relevantes. Continue a leitura!
O que é carreira em Y?
Como introduzido, houve um tempo em que os planejamentos de carreira seguiam um sentido linear, ou seja, os profissionais precisavam “subir” hierarquicamente até assumir um cargo de gerência. No entanto, as limitações associadas a esse método de retenção de talentos impulsionaram o surgimento de formatos mais flexíveis, como a carreira em Y.
Diferentemente do que ocorre no modelo linear, o plano de carreira em Y oferece duas opções distintas de crescimento: como especialista ou como gestor. Ou seja, aquela ideia de que só é possível atingir o sucesso profissional em posições de comando é deixada para trás.
O ponto alto desse formato é a flexibilidade. Afinal, nem todos os colaboradores que integram a força de trabalho de uma empresa terão interesse em liderar equipes. Haverá casos em que os profissionais desejarão ascender em cargos técnicos, sem que haja aquela sensação de que estão passando por uma transição de carreira.
Isso é positivo até mesmo para a companhia, pois evitará que trabalhadores altamente qualificados em uma determinada área fiquem estagnados.
Como funciona?
Na prática, o que acontece dentro das corporações é a valorização de ambos os profissionais: tanto daqueles que almejam atuar em posições gerenciais quanto dos especialistas, que detêm um elevado conhecimento técnico, o que naturalmente gera reflexos também no âmbito salarial.
Nesse contexto, o ideal é que o departamento de RH (Recursos Humanos) volte a atenção ao perfil de cada integrante do quadro de pessoal, visando ao melhor aproveitamento das competências de cada profissional.
Assim, os colaboradores que ganham destaque em razão da visão estratégica, da capacidade de lidar diretamente com as pessoas e, inclusive, de comandá-las tendem a ser promovidos a postos de gerência. Por outro lado, os profissionais que apresentam um perfil mais “investigativo” e se mostram capazes de solucionar problemas com mais facilidade podem atingir cargos mais prestigiados como especialistas.
Quais são as principais diferenças da carreira em Y para a carreira em W?
Como um aspecto em comum, a flexibilidade também é uma característica inerente ao plano de carreira em W, que oportuniza que o profissional atue tanto em cargos de liderança quanto em áreas técnicas. Nesse modelo, o principal propósito é o desenvolvimento de talentos mais versáteis e aptos para desempenhar atribuições em demandas e setores distintos da empresa.
Uma das principais diferenças entre a carreira em Y e a carreira em W é que, no primeiro caso, em determinado ponto da trajetória, o colaborador deve decidir se prefere se dedicar a uma posição de especialista ou a um posto de gestão. No segundo caso, porém, o profissional tem a chance de comandar equipes ao mesmo tempo em que atua tecnicamente no seu campo de formação.
Ou seja, a carreira em Y pode ser bastante conveniente para talentos que têm afinidade somente com um tipo de atuação, seja na liderança ou em uma área técnica. Contudo, não se mostra uma opção tão interessante para aqueles que se identificam com ambos. Nessas circunstâncias, a carreira em W, como acontece em uma espécie de zig zag, possibilita que os colaboradores explorem diferentes competências.
Inclusive, é por essa razão que, via de regra, os trabalhadores que optam por um percurso profissional em W são multidisciplinares e têm soft skills mais desenvolvidas.
Quais são as vantagens da carreira em Y?
De forma geral, esse formato é vantajoso tanto para a empresa, que vê os níveis de produtividade da força de trabalho aumentarem, aloca os colaboradores nos cargos certos e fortalece a marca empregadora, quanto para os profissionais. Nesse segundo caso, é possível citar diversos benefícios, como:
- a ampliação do acesso a oportunidades de carreira — já que é possível se desenvolver e melhor aplicar as suas habilidades, alcançando o reconhecimento merecido sem que seja necessário mudar a área de atuação;
- o melhor aproveitamento das habilidades — embora todos os profissionais estejam aptos a desenvolver competências de liderança, nem todos se sentem à vontade lidando com pessoas e gerenciando-as, portanto o desenho de carreira em Y abre espaço para a ascensão de talentos mais introspectivos, favorecendo o aproveitamento das habilidades em posições nas quais eles conseguem exibir todo o potencial;
- a elevação dos níveis de satisfação — pois o profissional que tem a oportunidade de crescer na empresa seguindo um caminho com o qual se identifica tende a ficar mais satisfeito e a permanecer no cargo em razão dessa realização pessoal e não exclusivamente por conta do status e/ou da remuneração.
Como planejar uma carreira em Y?
Mesmo que não exista uma fórmula mágica para o sucesso no âmbito profissional, ao planejar uma carreira em Y, é interessante traçar caminhos que o ajudem a se diferenciar na sua área. Nesse sentido, o principal passo é iniciar a busca por especializações, sejam no seu campo de formação, sejam na área gerencial.
Portanto, invista em uma pós-graduação que o auxilie a se capacitar para a função que você deseja desempenhar e esteja pronto para a promoção a um posto de gerência ou a um cargo de especialista no momento em que ela surgir.
Além disso, lembre-se de que é indispensável incluir a qualificação continuada no seu planejamento, pois, dessa forma, você terá o conhecimento necessário para se destacar dos seus pares e alçar voos mais altos, seja no percurso da carreira em Y, seja em qualquer outro modelo.
Percebeu como a carreira em Y representa uma espécie de “bifurcação” na trajetória profissional? Isso permite que os colaboradores, ao alcançar determinado nível de desenvolvimento, escolham entre se aprofundar nas ciências que envolvem a sua área e trabalhar as habilidades de liderança para ocupar uma posição de gestão. Na prática, esse formato abre um verdadeiro leque de possibilidades para quem investe na própria qualificação.
A propósito, por falar em investir em qualificação, que tal conferir mais um post? Entenda o que é pós-graduação e como se preparar para decolar a carreira!